Uma árvore frondosa - à minha mãe
A 1 de março de 2010 criei este blog como uma forma terapêutica de eu ler a vida que me rodeava , após os meus pais terem adoecido com 15 dias de diferença, ele com uma pneumonia atípica, ela com um cancro.
Ao mesmo tempo que escrevia, comecei a correr seguindo a ideia budista de que a corrida ou a dança é uma forma de meditação ativa, inspirada em Murakami.
Foi assim que consegui gerir os sucessivos internamentos de ambos até ao final das suas vidas, ele até janeiro de 2018, ela até anteontem.
Foram ambos guerreiros, nunca desistindo e ensinando me a mim e aos meus irmãos o espírito de coesão, o espírito de família.
A minha querida maratonista superou todas as provas , exceto aquela da doença traiçoeira, muitas vezes tardiamente diagnosticada, muitas vezes com recidivas.
A maior pandemia de todas é, de facto, o Cancro, que não constitui orgulho nem gratidão para quem o tem, mas puro azar.
À minha querida mãe, Maria de Lourdes Malheiro, que perdeu a batalha mas que ganhou para sempre o nosso amor.
( In memoriam)
MMalheiro