Lisboa em modo pandemia ( feat. Carlos Ramos)
Via Pinterest
Lisboa, julho de 2020
Na avenida moderna que vai em direção ao Tejo há gente em corropio. Não é tempo de santos populares, de festas ou de algumas alegrias. Já não se vêem os sorrisos tapados pelas máscaras de vários tipos. Há mascarados por todo o lado, já que ali perto há um hospital. O boletim da DGS anunciou que 13 pessoas perderam a vida em virtude do Covid-19. Muitas pessoas num só dia. Seria muito já , mesmo que fosse apenas uma pessoa de alguém.
Neste mesmo dia, sei da tristeza de uma colega cuja mãe foi transferida, sem ver os filhos, para a terra das tijeladas de Rio de Moinhos ,pois não há camas suficientes nos "covidários" de Lisboa e de outra cuja mãe foi morrendo pelas saudades da filha, deixada de ver e abraçar desde 13 de março, sucumbindo em dia da pátria.
Na avenida moderna que vai em direção ao Tejo o estacionamento está apinhado. Ninguém usa o elevador que escalda do sol , sem ar condicionado e sem desinfeção. Descem e sobem as escadas, frenéticos.
No meio do magote de gente lembro-me da última ida a este hospital levando-te lá por um problema de vertigens . Os abraços agora são apenas em sonhos.
[ Quadras soltas, Carlos Ramos, all rights reserved to Carlos Ramos]
ao meu pai, com saudades.
@mmalheiro
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