# Da descartabilidade e solidão na velhice ( feat. Prince)
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Vivemos numa era que alguns teóricos apelidaram de vazio. Na verdade, talvez seja a era da descartabilidade. Tudo serve para usar e deitar fora- emoções, pensamento, informação, pessoas - como se isso fosse um imperativo categórico. É preocupante que assim seja. Para onde caminha a vida dos nossos e daqueles que hão-de vir ?
Tornou-se notícia habitual dos jornais o abandono e mau trato de idosos por parte não só de desconhecidos que irrompem pelas suas casas adentro para os roubarem e violentarem brutalmente, mas também por parte dos próprios familiares que os depositam em lares ou que, pura e simplesmente, os deixam entregues a si próprios, em solidão permanente.
Descartáveis, os velhos ou os idosos ( palavra institucional) na sociedade atual. Estranho este conceito.
Quando nos toca a nós, em particular, aprendemos que, de facto, deixamos de ser filhos para sermos pais dos nossos, cuidando deles o melhor que podemos, havendo, no entanto, a clara noção da impotência perante as doenças que lhes vão sugando a energia e o ânimo. Amor, carinho, atenção, apoio não são palavras vãs e sem lastro nesta dimensão. Não podem nem devem ser.
Os que optam pela via da descartabilidade vão aperceber-se ( tarde) que chegaram ( também) ao fim da linha absolutamente sós.
Votos para que o trinado dos nossos se perpetue . ( all rights reserved to Prince)
@mmalheiro
aos meus pais.