# Da corrida ao Exame & Brigada Vítor Jara
Foto de Eric Lidell
num país em que se despreza uma classe altamente qualificada, a dos professores; todos licenciados, pós-graduados, mestres, doutorados,
um contrato de trabalho pode ter um tempo determinado, o que significa terminar antes de 31 de Agosto.
Em muitos casos, pode manter-se assim durante 15 , 20 anos, o que constitui clara ilegalidade em matéria de Direito do Trabalho.
Pede-se agora um EXAME a todos os professores contratados, finda a negociação com os sindicatos.
Ficariam, segundo o MEC, isentos de realizar a prova cerca de 3400 professores com 15 anos de serviço.
O número 15 é já de si uma afronta, uma brutalidade numérica em matéria de trabalho, tal como o número 10, 7, 6, 5, 3.
Para quem, nas redes sociais, nos jornais, na política, critica os professores, do alto da sua "pseudo-cátedra" , do alto do seu " tacho
confortável", fique sabendo que os professores estudaram 6 anos ou mais.
Realizaram um exame prático que se chama estágio profissional no local de trabalho, a escola.
Acresce ainda que os professores são sujeitos todos os anos à chamada avaliação de desempenho, podendo ser o seu trabalho classificado como bom e muito bom.
E há professores excelentes, muito bons, e que não apregoam aos quatro ventos que o são.
Estão na escola por vocação, pelos alunos, pelos miúdos que mal têm dinheiro para comer e andam de sapatos rotos e mantas pelas costas porque não têm casacos...
E, portanto, como se viu, nos meses das greves, os professores não temem. Nada.
Obviamente os professores não podem ser considerados matéria descartável pela economia dos números, pela economia dos outros, com a
Matemática nas mãos e pouca, zero de humanidade na sua política.
Vidas adiadas as de muitos professores contratados, muitos nascidos na década de 70, haverá alguma justiça nisto?
A Vergílio Ferreira, escritor e professor de Português
http://www.youtube.com/watch?v=ZdLjsQtMsZs
Brigada Vítor Jara, Tareio