# Weyes Blood- Grapevine
Tiananmen (1989)- all rights reserved to NY TIMES
[ uma longa viagem começa por um passo] provérbio chinês
em escuta ( all rights reserved to Weyes Blood)
@mmalheiro
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Tiananmen (1989)- all rights reserved to NY TIMES
[ uma longa viagem começa por um passo] provérbio chinês
em escuta ( all rights reserved to Weyes Blood)
@mmalheiro
Lisboa, Natal 2020. foto minha ( mmalheiro)
não me peçam cânticos de Natal
nem Zeca, nem Beatles, nem Sinatra
não me peçam sorrisos excessivos
do "está tudo bem".
não me peçam vermelhos garridos
nos lábios,
e a enfeitar-me o corpo e o espírito.
não me peçam coscorões, sonhos, bolos-rei
todo o tipo de bolos sortidos
ingleses também.
o meu coração vai sobrevivendo aos dias,
às horas, de um telefone que não toca,
nem tocará mais.
colho os textos que deixaste
semeio e lanço à terra
e lanço ao mar
toda a Dor .
só me peçam cânticos
para embalar com ternura os filhos
só me peçam flores
para adornar os seus dias
talvez
talvez um dia,
o compasso seja outro,
a música ao cubo,
e o Silêncio apenas 4:33 minutos
talvez , um dia,
a Saudade se transforme em amor ao quadrado
mesmo no dia dos teus anos.
@mmalheiro
música The Arts and the Hours: J. P. Rameau, Vikingur Ólafsson ( all rights reserved to J. P. Rameau, Vikingur Ólafsson)
“O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio, este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo, esta fresta de nada aberta no vazio, deve ser um intervalo.”
António Gedeão, "Máquina do Mundo"
[ feat. Mikis Theodorakis, Zorba, all rights reserved do Mikis Theodorakis]
para a Paula Malheiro
As estrelas hoje dançam ( todos os direitos reservados a Gal Costa)
Hoje partiu a magnífica Gal Costa. A minha existência foi marcada ainda, em tenra idade, a ouvir a música acima e depois durante anos e anos , ouvindo esta cantora única com ritmo jazzy e cujo último álbum data de 2021.
@marinamalheiro
Michael Wolf ( all rights reserved)
naquele dia quase de Natal
cruzou-se a ambulância a galope, agitada
à sua porta parou, mal eu sabia, gelada
depois do abraço terno aos filhos
naquele dia quase de Natal
a mesa estava posta, o bacalhau de molho
tu ainda sorridente, mãe
naquele dia quase de Natal
o coração quase me saiu pela boca
ouvindo o desfribrilador , vendo a porta fechada
Indaguei ainda ao pessoal de branco : " melhorou?"
Veio o Silêncio jazente,
e ainda meio em choque despedi-me, querida Eva
naquele dia de Natal
a mesa estava posta, o bacalhau de molho
o céu jorrava lágrimas e música, em todos nós
tu ainda sobrevivendo, mãe, sempre a nosso lado.
a Eva Israel , in memoriam
à minha querida mãe, Maria de Lourdes Malheiro, in memoriam
@mmalheiro