Via Pinterest
Esta imagem poderia ser o paradigma da disfuncionalidade de um país, neste caso, de Portugal.
Estamos em semana de Websumits, gostamos muito de empreender, de criar Startup's, de ter ideias luminosas para a criação de empresas. Ter ideias, sim, mas aplicá-las na prática?
Há anos, o Prof. Mariano Gago criou o Simplex, numa tentativa de modernização dos serviços, de agilização dos procedimentos , para que atos da vida quotidiana do cidadão e das empresas fossem mais céleres e eficazes.
Estamos, no entanto, longe da celeridade , ainda numa cultura do velho mata-borrão e do dedo de plástico com que os antigos funcionários públicos folheavam páginas.
É o cidadão que se apercebe das falhas do sistema e alerta o serviço. Não o oposto.
É o cidadão que, apesar de viver no mundo dos Websumits, tem de se deslocar presencialmente quer a lojas do cidadão ou repartições de finanças, para corrigir os erros dos funcionários.
A culpa do erro recai, então, sobre o cidadão que, enfim, "não viu bem" ou " não explicou bem".
Num dos serviços falhos de um sistema nada Simplex havia ontem , só relativo ao mês de novembro, 124 queixas.
Talvez os cidadãos tenham de recorrer permanentemente ao Livro de Reclamações, alertando assim os serviços sobre a sua incompetência. Haverá talvez muitos episódios do programa "E se fosse consigo"...
Infelizmente é por isto que levam entes queridos de velórios para autópsias que deviam ter sido feitas previamente, é por isto que ardem terras, casas, morrem gentes no interior do país, sistemas de telecomunicações falham e cabos de telecomunicações no solo ardem em incêndios. É por este laxismo.
@mmalheiro