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http://jazzística.blogs.sapo.pt

Blog de poesia , música e olhares de Marina Malheiro, aprendiz de poesia

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# Das Mil e uma noites e o voto ( feat. Capitão Fausto)

27.09.15 | marina malheiro

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Algarve, Portugal 1969 - Fashion Designer Jack Bodi editorial for "Life" Magazine Photos by Joseph Leombruno

Todo o português e portuguesa que se preze deve, antes de dia 4 de outubro, ver um dos filmes de Miguel Gomes, da trilogia "Mil e uma Noites"( Volume 1- o Inquieto).

Lá está a verdade toda, documentada e satirizada também, (quase como se João César Monteiro também tivesse sido o realizador) sobre a crise, a situação atual de Portugal e a política e os diretamente afetados por todo este "jogo viciado " chamado Austeridade, em particular, no primeiro filme, os trabalhadores dos Estaleiros de Viana e os desempregados.

Inquieta , claramente. :)

                                     Escute aqui a bisar os Capitão Fausto ( todos os direitos reservados aos Capitão Fausto).

                                                @marinamalheiro

# Dos textos com a verdade dentro ( feat. A-ha -2015)

23.09.15 | marina malheiro

Em tempo de campanha eleitoral parece que há determinados setores que foram esquecidos como é o caso da Educação. Esquecidos estão milhares de professores. Para variar. Medidas avulsas aprovadas em final de mandato sem exequibilidade e sem razoabilidade. ...

Neste texto excelente do Professor Santana Castilho, publicado hoje no jornal "Público" está a verdade que tem de ser lida e pensada por todos os que andam em campanha eleitoral. (afinal os professores são muitos muitos eleitores...)

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             in wim.wenders.com /Tanztheater Wuppertal Pina Bausch/ Via Pinterest

            escute aqui os "velhinhos" (?) A-ha em edição remasterizada de 2015 ( Take on me- in Hunting high and Low)-               all rights reserved to A-ha.

            @mmalheiro

# Ao editor que cosia as palavras com amor (feat. Beirut)

21.09.15 | marina malheiro

Em março deste ano escrevi aqui um texto dedicado ao editor Vítor Silva Tavares chamado "Composição em Cheio" que poderá reler.

Todos os que amam a Edição, os livros, todos os que escrevem em Portugal admiravam Vitor Silva Tavares, sobretudo este amor à edição dos seus livros, na sua casa, com a chancela da editora ETC.

Não sei se há quem continue o seu trabalho, tão bonito e intemporal, numa época em que a edição caminha cada vez mais para o digital, se bem que um editor americano dizia na Gulbenkian há mais de um ano que considerava que subsistiriam os dois tipos de edição- em papel e digital.

Vitor Silva Tavares ficará para além do Etecetera ( ETC) porque cosia as palavras com amor, pura arte, para as "dar" aos outros, em forma de livros quadrados muito especiais.

Por isso, todos os que amam a Palavra ficar-lhe-ão sempre gratos.

https://www.youtube.com/watch?v=vcvhyHPPdU0&hd=1

@mmalheiro

 

 

 

# Vinho grego ( feat. Kavafis)

20.09.15 | marina malheiro

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                                       Vinho  Sigalas Santorini, colheita 2010 no dia em que o Syriza venceu as eleições.

                                     in https://riodejaneiroadezembro.wordpress.com/2012/07/27/zot-gastrobar-bonito-agradavel-e-                         com-uma-otima-selecao-de-vinhos/

                                       

"Para algumas pessoas há­‑de chegar o instante

em que têm que dizer o grande Não ou o grande Sim.

Nessa altura se mostra qual delas tem dentro de si

pronto o Sim, qual o diz e logo segue adiante (...)".

Che fece ... Il gran rifiuto, Kavafis

@mmalheiro

 

 

# Ao primo que oferecia poemas (feat. António Ramos Rosa)

17.09.15 | marina malheiro

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                                              via Pinterest

                                        em memória de M.Fernandes, o primo que oferecia poemas aos outros, deixo um poema do Mestre Ramos Rosa.

       "O astro"

Ouve a longa incoerência da palavra e a memória

do sangue que se apaga. Ouve a terra taciturna.

Tudo é fugitivo e a sombras não acolhem. nenhum jardim

de segredos. Nenhuma pátria entre as ervas e a areia.

Onde é que nasce a sombra e a claridade?

 

Eis as vertentes da terra árida e seca. Quem

reconhece o equilíbrio das evidências serenas?

Estas palavras têm o odor de portas enterradas.

Como dominar a desmesura da ausência e a vertigem?

Como reunir o obscuro em palavras evidentes?

 

Escuta, escuta a longa incoerência da terra

e da palavra. Ao longo da distância

murmura a perfeição monótona de um mar.

Num pudor de esquecimento um astro se aveluda

em denso azul na corola do silêncio.

António Ramos Rosa

@mmalheiro

aos meus pais

                                              

                                               

# All flowers in time bends towards the sun ( Jeff Buckley & Elisabeth Fraser)

15.09.15 | marina malheiro

 

Jeff Buckley & Elizabeth Fraser - All Flowers In Time Bend Towards The Sun

às vezes não há muitas palavras. talvez estas ,dedicadas a saudosos amigos, que, em 15 setembro de 2012, caminharam pela avenida da república fora num dia magnífico para milhares de cidadãos:

" (...) Tinha três cadeiras em minha casa: uma para a solidão, duas para a amizade e três para reuniões. (...) É surpreendente a quantidade de grandes homens e mulheres que pode conter uma pequena casa."

Thoreau, in Walden ( p.160)

@mmalheiro

 

# Da Vida ( feat. Chvrches)

12.09.15 | marina malheiro

A vida, as suas perdas e os seus ganhos, a sua
mais que perfeita imprecisão, os dias que contam
quando não se espera, o atraso na preocupação
dos teus olhos, e as nuvens que caíram
mais depressa, nessa tarde, o círculo das relações
a abrir-se para dentro e para fora
dos sentidos que nada têm a ver com círculos,
quadrados, rectângulos, nas linhas
rectas e paralelas que se cruzam com as
linhas da mão;

a vida que traz consigo as emoções e os acasos,
a luz inexorável das profecias que nunca se realizaram
e dos encontros que sempre se soube que
se iriam dar, mesmo que nunca se soubesse com
quem e onde, nem quando; essa vida que leva consigo
o rosto sonhado numa hesitação de madrugada,
sob a luz indecisa que apenas mostra
as paredes nuas, de manchas húmidas
no gesso da memória;

a vida feita dos seus
corpos obscuros e das suas palavras
próximas.

Nuno Júdice, in "Teoria Geral do Sentimento".

https://www.youtube.com/watch?v=QpFXXPruuqU

@mm

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