Ontem, em mais um 25 de abril, caminhando em conjunto com milhares pela avenida da Liberdade e com tantos (!) de cravo na mão, foi dia de esperança num Portugal melhor mas também dia de relembrar o passado, o passado do Medo.
O magnífico documentário de Marta Pessoa (O Medo à espreita), exibido ontem no festival IndieLisboa, constitui um documento histórico "vivo" para todas as gerações, as que viveram acossadas com Medo e as que não têm a noção do que é o Medo e a Opressão; a ausência total da Liberdade na sua asseção total do significado na vida diária.
Em conjunto com outros documentários que serão exibidos na RTP por estes dias, este documentário belíssimo consegue ,através de um contraste entre o negro da imagem , a iluminação dos protagonistas
( vítimas da PIDE e lutadores anti-fascistas) e o congelar das fotografias de arquivo de um Portugal de há mais de 40 anos atrás, um "luar" como o de Stau Monteiro. Um "Acordai" como o de Fernando Lopes-Graça.
Mas, são sobretudo as palavras ditas e escutadas ( registos da PIDE) e a coragem destes homens e mulheres, que nos fazem pensar como é que isto pôde acontecer e como jamais se deverá repetir.
A sede de Poder é alimento para os Homens e para o consequente domínio dos outros, como animais .
Tal atenta contra os direitos e valores mais fundamentais dos seres humanos e sobre aquilo a que se chama Democracia.
Pela Liberdade deixo a fantástica Sinfonia para Orquestra (1944) do grande Fernando Lopes-Graça , sem medo.
@MarinaMalheiro