#974- Do fecho da Majora ou do lento encerrar de um país ( feat.Beirut)
Hoje li no Jornal Público que a Majora fechou portas. A Majora do Sabichão, jogo único da minha geração e que, no meu caso, foi de duas gerações.
Tantos jogos que esta empresa histórica do Porto concebeu e ,segundo o artigo do Público que pode ler aqui da jornalista Ana Rute Silva, foi criada uma versão digital do jogo (Sabichão) em Agosto. (1)
Com o encerramento da empresa perderam-se 30 postos de trabalho, como em milhares de empresas portuguesas que fecharam portas e cujos trabalhadores engrossaram a mancha dos 16 % de desempregados .
Lentamente se encerra um país em si mesmo, já que a única saída das PME que resistem é a exportação ou a lenta inovação em nichos de mercado, através dos programas de incentivo à criação e inovação empresarial.
Não havendo dinheiro para consumo interno, com sucessivos cortes tanto nas pensões como nos ordenados, mais empresas encerrarão, históricas ou não como a Majora, livrarias como a Sá da Costa, por exemplo,entre outras.
Encerrando postos de finanças, centros de saúde, centros hospitalares, privatizando os CTT, cada vez se encerra um país em si mesmo e, em particular o interior do país.
Não haverá nenhum empresário que "salve" a Majora? Num país de esquizofrenias várias que passam pelo futebol, pela politica, pelos animais, dê-se importância ao que é realmente gravoso,o encerramento em si mesmo (de Portugal), sem inovação, em decadência e, sobretudo, em triste miséria.
http://www.youtube.com/watch?v=TI8_XjmFCHk&list=PL1929C15C69FC421A
Beirut, La Llorona, in "March of Zapotec"
porque os dias não se fazem só de música
(1) Leia também aqui um artigo muito interessante do Correio da Manhã sobre a história da empresa Majora ( Jornalista José Carlos Marques)
@marinamalheiro