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http://jazzística.blogs.sapo.pt

Blog de poesia , música e olhares de Marina Malheiro, aprendiz de poesia

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Blog de poesia , música e olhares de Marina Malheiro, aprendiz de poesia

# Working class heroes

18.01.12 | marina malheiro

Foto in etnografiaemimagens.blogspot.com- trabalhadores agrícolas (Minho)

 

Foi hoje assinado o Acordo e novas medidas de uma má revolução laboral. A perca de direitos fundamentais dos trabalhadores, alguns anteriores a 1974,  e o trabalho e a sua gestão cada vez mais nas mãos do patronato.

Na AR debatem-se as alterações às leis laborais e uma manifestação da CGTP  contra estas medidas  percorre as ruas de

Lisboa.

Acresce que, para além destas medidas gerais que abrangerão todos os trabalhadores, há projetos-lei como

 

Projecto de Lei 77/XII/1 e Projecto de Lei 84/XII/1 que não foram aprovados e que vinculariam com muita justiça milhares de professores com vidas adiadas.

 

" O trabalho não pode ser uma lei sem que seja um direito".

Víctor Hugo

 

 

 À minha bisavó, Emília Alonso

 

@mmalheiro

 

# Voo nocturno

16.01.12 | marina malheiro

 

"Na tarde dourada, já as colinas, sob o avião, iam cavando o seu rasto de sombra. Os campos tomavam-se luminosos, duma luminosidade perene: naquelas regiões, os campos não cessam de espalhar o seu ouro, assim como no inverno não findam a sua apoteose de neve.

E o piloto Fabien, conduzindo, do extremo sul para Buenos Aires, o correio da Patagónia, reconhecia a aproximação da noite pelos mesmos sinais das águas de um porto: aquela calina, as pregas ténues esboçadas por nuvens tranquilas. Entrava numa enseada vasta e feliz."

 in Voo Nocturno, Antoine Saint- Exupéry, (versão e-book)

Foto  de charquinho.weblog.com.pt ( autoria shark)

@marinamalheiro

em dias de aterragens suaves

 

# Libertação

15.01.12 | marina malheiro

 

 

Foto da cena " running man" in  2001-Odisseia no Espaço, Kubrick , 1968

 

Depois de ler o excelente artigo de Teresa de Sousa (vale muito a pena lê-lo) " A semana em que o país se viu ao espelho e não gostou" in Público guardam-se estas palavras : "Nenhum país atravessa uma situação como aquela que estamos a viver sem o mínimo de equidade e sem um sentimento de pertença."

 

 

Amália , "Libertação " (David Mourão- Ferreira) ao vivo no Luso ( 1952)

 

Aguardando notícias de mais cortes, despedimentos e de fracos incentivos ao investimento em Portugal...

 

@mmalheiro

# Este país não é para velhos

12.01.12 | marina malheiro

Foto minha/MMalheiro/ Castelo de Vide ( 2011)

 

Muito se tem falado sobre os velhos do nosso país. Dos que têm parcas reformas, dos que deixaram de ter isenções e pagam taxas moderadoras, dos que vivem sós, dos que são assaltados, burlados, dos que se matam no Alentejo por terem vergonha da miséria e da solidão, dos que aguardam na lista de espera interminável do SNS por uma consulta externa ou por uma operação.

É triste ser velho em Portugal, é-se cidadão de 2ª, é-se objeto descartável num qualquer lar ou centro de dia, é-se dispensável pela sociedade, pela família, pelos outros.

Há outros velhos que ainda mantêm funções públicas mas opinam do alto da sua arrogância . Velhos com pensões milionárias e cargos públicos com remunerações milionárias.

Algo está errado neste país - que não é para velhos, nem para jovens , que estes são mandados para o estrangeiro.

Hoje  vi , na caixa de um supermercado,  uma velha senhora chorando pois não tinha dinheiro para pagar tudo.

E o pão ficou . E a comida.

Naquelas mãos rugosas dois saquitos e a alma cheia de dor.

 Algo está muito errado neste país.

 

@marinamalheiro

 

 

Anne Briggs, Go your way

 

 

Aos meus pais

 

 

 

 

# A insensibilidade de uns & bom senso de Al Berto

11.01.12 | marina malheiro

 

 

 

Foto - Londres 2012

 

Depois de ler este absurdo proferido pela Drª Ferreira Leite , ex- ministra da Educação  , a quem ,esta que escreve em tempos idos da Geração Rasca , dedicou belas palavras em manifestações estudantis, só há uma palavra que lhe assenta - INSENSIBILIDADE.

Mais uma vez se esquecem as PESSOAS e se contam NÚMEROS. Às vezes é melhor falar menos, remeter-se ao silêncio e abandonar a  RES PÚBLICA...

 

Talvez a leitura de Al Berto, poeta grande , seja importante neste momento de palavras vazias.(A Al Berto)

 

"Este Não-Futuro que a Gente Vive

Será que nos resta muito depois disto tudo, destes dias assim, deste não-futuro que a gente vive? (...) Bom, tudo seria mais fácil se eu tivesse um curso, um motorista a conduzir o meu carro, e usasse gravatas sempre. Às vezes uso, mas é diferente usar uma gravata no pescoço e usá-la na cabeça. Tudo aconteceu a partir do momento em que eu perdi a noção dos valores. Todos os valores se me gastaram, mesmo à minha frente. O dinheiro gasta-se, o corpo gasta-se. A memória. (...) Não me atrai ser banqueiro, ter dinheiro. Há pessoas diferentes. Atrai-me o outro lado da vida, o outro lado do mar, alguma coisa perfeita, um dia que tenha uma manhã com muito orvalho, restos de geada… De resto, não tenho grandes projectos. Acho que o planeta está perdido e que, provavelmente, a hipótese de António José Saraiva está certa: é melhor que isto se estrague mais um bocadinho, para ver se as pessoas têm mais tempo para olhar para as outras. 

Al Berto, in "Entrevista à revista Ler (1989)" -( via www.citador.pt)

 

 

 @mmalheiro