Stormy weather
Ella Fitzgerald, Stormy Weather,1975 http://www.youtube.com/watch?v=teXOPAFMOp0&feature=related
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Ella Fitzgerald, Stormy Weather,1975 http://www.youtube.com/watch?v=teXOPAFMOp0&feature=related
* Foto minha (Marina Malheiro), 2010
Migalhas
Nas mãos
Um euro
Por favor
Não estendes a mão ao próximo
Fechada fica
As lágrimas escorrem dentro de ti
Kilómetros tens de palmear até ao aprendizado
Sob o sol que te queima as têmporas
Pesa-te a tristeza nos ombros
Fortes mas decadentes
Aprender é mais forte
E à míngua do pão
Sossobras
Vagueando pela casa
Praguejando contra a injustiça
Das regras que alguém criou
Migalhas. Letras com pão
Por favor
Aprender é preciso
E mesmo a existência minguante,
Ardendo em fome,
Almeja comer vorazmente,
Sem medo,
As palavras
Novas, cintilantes
Poesia pura da tua realidade gritante.
MM20100429
Rectângulo de muitos metros
De betão e asfalto
Vidas cruzadas ao minuto
Ao segundo
No movimento único
Dos carros
Todos os dias
Estupidificação
Repetida
Lá fora
A tua luz
Os teus olhos
Kilómetros de distância
Anos-Luz
Pensamento que se agarra na endurance
Da condução
Em velocidade
À esquerda ou à direita
dos caminhos
ruma a alma
ao destino
sem serendipicidade
escolha imperfeita
sem acaso
seguindo a lógica
dos sinais
obrigatórios
Rectângulo de muitos metros
De betão e asfalto
Vidas cruzadas ao minuto
Ao segundo
No movimento único
Dos carros
Todos os dias
Outra marcha na estupidificação dos dias
a noite embala-te e a luz tão magnífica e mãe
é tua
por agora
na curva dos segundos.
MM20100427
Lentamente começa a Primavera e a música quase infantil acompanha-nos.
Curva melódica única
pela voz de Feist.
Silêncio
sentindo o Nada
Silêncio
sentindo o coração
aos pulos, aos pulos
Normal
o Caos
cá dentro
Normal
a tranquilidade
nas vísceras
Mãos soltas
para o teu mundo
inocente
puro
Lisa a normalidade
rotina perfeita
dos caminhos
Normal
o Caos
lá fora
nos gritos
nos choros
abraços comedidos
teus
Salero cá dentro
permanente agitação
alegria
ritmo
Amarcord diário
Em tango deslizam as emoções
Mardel e sus muchachos
Caos calmo
cá dentro
lisa normalidade.
MM19042010
Vidraças frente ao Jardim que exala cultura
Vidraças transpirando música
jazzística
clássica
popular
Olhos postos nas vidraças
corpos ritmados
acompanham a melodia
dos dedos que dançam no piano
do sopro único
do trompete
do sax
do contrabaixo
Olhos postos nas vidraças
vida lá fora
vida lá dentro
minutos correm por ali fora
lavas a alma
ao fim da tarde
do dia que correu frenético
Olhos postos nas vidraças
agarras Manhattan
ao som de Gershwin
vives no Bas.fond
permanente Cotton Club
Olhos postos nas vidraças
desenhas variantes em si-bemol
de vidas
tantas
em escala Maior
Olhos postos nas vidraças
chove
mas não importa
chove
e transparente, fractal
a tua alma.
MM 17042010